terça-feira, 15 de novembro de 2016

DO ESTRELATO AO OSTRACISMO

DO ESTRELATO AO OSTRACISMO

Há cerca de seis meses o Brasil vivia a euforia do “impeachment” da Sra. Dilma Rousseff presidente da república. O rito era comandado pelo presidente da câmara dos deputados o Sr. Eduardo Cunha que posava de autoridade máxima e de arauto da moralidade política no país. Os órgãos de imprensa estampavam fotos e mais fotos do Cunha que, como um pavão de plumagem enorme se posicionava para fotos e poses.
A Dilma caiu de forma impiedosa e cruel mesmo sem nenhuma acusação de desonestidade contra ela, e foi atirada numa vala comum, talvez por não ter tido a habilidade suficiente para negociar as negociatas do poder.
Agora, o Cunha que se imaginava possível presidente da república se o cargo ficasse vago, não é mais presidente da câmara por ter sido cassado, primeiro pela justiça e depois pelos próprios deputados que antes aplaudiam a sua coragem de enfrentar a Dilma e o PT. E nem é mais deputado, mas sim um simples presidiário acusado de corrupção e lavagem de dinheiro.
Foi para ostracismo de tal forma que muita gente nem lembra mais do seu nome ou da sua figura antipática na mídia.
São 5.570 municípios no Brasil e portanto, a partir de janeiro de 2017 serão 5.570 novos prefeitos que irão governar as cidades brasileiras, com uma caneta nova, bonita, e quem sabe de ouro doada por algum empresário do lixo ou da construção civil e quem sabe do transporte coletivo, e eles estarão decidindo o futuro do povo que os elegeu.
A grande maioria vai negociar descaradamente o poder, vai renovar contratos de empresas de ônibus, vai fraudar concorrência de obras, e vai renovar contratos de lixo, mesmo sabendo que podem sair algemados do gabinete, e sabendo que os vereadores que irão pressionar essas negociações estarão loucos para que o prefeito seja preso e cassado para que a cadeira de prefeito fique vaga.
Tudo isso é sabido, mas os prefeitos vão fazer uso indevido do poder, porque ainda impera, a nível de municípios, a ideia de impunidade.
Espera-se que com as prisões de senadores, deputados, ministros e outros figurões, essa safadeza diminua e os prefeitos ao invés de negociarem com aval de vereadores os interesses públicos passem a cuidar melhor do desempenho de cargos tão importantes e mostrem que ainda pode haver esperança. Dos novos eleitos vamos ver quais os que vão conseguir ser honestos.

João Lúcio Teixeira

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