terça-feira, 30 de agosto de 2016

QUEM TE VIU, QUEM TE VÊ

QUEM TE VIU QUEM TE VÊ
É título de um samba de grande sucesso de autoria do Chico Buarque, que cabe perfeitamente na situação política atual do Brasil. Chico, com aquele samba, parecia estar prevendo que se a letra não era assim tão adequada à politicagem dos anos sessenta, cabe perfeitamente no Brasil de hoje em que a possível cassação do mandato de uma presidente da república, poderá se dar de forma menos traumática do que a cassação do João Goulart, feita à força bruta com uso de armas militares compradas para defender o povo do Brasil, mas, naquela oportunidade, foram usadas para reprimir o povo. Antes disso, Getúlio Vargas foi levado ao suicídio pelas chamadas forças ocultas. Jânio Quadros foi outro presidente retirado à força do poder, pelas mesmas forças ocultas, para dar lugar aos interesses do grande capital internacional que sentia falta dos lucros fáceis. Tancredo teve uma morte esquisita, para dar o cargo ao Sarney hoje comprovadamente um grande problema nacional. A morte do Juscelino e do João Goulart nunca foram bem explicadas.
Estive falando a amigos, recentemente, que achava estranho que não morresse ninguém neste episódio Dilma, que as armas não tenham sido usadas e que o sistema estava permitindo que ele se defendesse.
Ontem foi o dia em que a presidente compareceu ao Senado para defender-se pessoalmente mostrando que o Brasil, neste quesito, evoluiu e mesmo que Dilma seja cassada, o processo pode não ser justo como consideram os seus defensores, mas ela não morreu, não foi presa nem deportada, e se perder por poucos votos, o fato estará mostrando que os pensadores de esquerda estão avançando em matéria de aproximação do poder, e nada os impede de o reconquistarem novamente em eleições diretas em datas futuras. A Dilma, se sair, o faz de maneira honrosa e deixa um lastro formidável de possibilidades de que um Chico Buarque possa ser eleito num próximo pleito. Digo o Chico, para exemplificar apenas, que as forças que um dia lutaram abertamente contra a ditadura, hoje se tornam politicamente viáveis, e poderão impor o seu pensamento se não forem de novo bloqueadas à força, ou se não acabarem com a eleição direta como fizeram antes.
A defesa de Dilma foi no mínimo honrosa e mostra que já não dá mais para atropelarem o povo em nome de um anticomunismo sem pé nem cabeça.
Quem te viu, quem te vê, Brasil!

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