segunda-feira, 11 de julho de 2016

ONDE ANDA A INSPIRAÇÃO “BRASILEIRISTA”?

ONDE ANDA A INSPIRAÇÃO “BRASILEIRISTA”?
Nos últimos dias eu me surpreendi confuso sobre o que escrever para publicar no meu blog que existe há cerca de dez anos desde a primeira edição. Os meus textos sempre versaram sobre política em forma de crítica aos desmandos e as mazelas dos gestores públicos em geral.
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PATRIOTA CONVICTO
Ai, eu percebi que o tema perdeu a graça a partir do momento em que todas as mídias nacionais, escrita, televisada e falada, passaram a divulgar os resultados das operações da polícia federal que vem desvendando os mistérios da corrupção. São políticos presos e soltos, delações premiadas em que uns entregam os outros, e o tema virou algo que nem telefone celular que todo mundo tem acesso. Banalizou-se o tema.
Há uns dez anos eu já falava nos meus programas de rádio, que ainda iria ver o Brasil livre dos corruptos, e na rua me chamavam de poeta, sonhador, inocente político, e muito mais, só porque eu acreditava que os corruptos iriam pra cadeia. Desde que eles começaram a ser presos e afastados dos cofres públicos, a usarem tornozeleiras eletrônicas e coisas assim, eu fiquei sem assunto. Perdi o mote.
Então hoje eu acordei e fiz uma comparação das minhas manifestações de indignação com as manifestações dos artistas brasileiros, nos anos sessenta, Caetano, Gil, Vandré, Ivan, Rita, Milton, Taiguara e outros, que tinham enormes doses de inspiração quando havia ditadura e que depois de passado o pesadelo, eles ficaram sem assunto. Nunca mais se fez algo do tipo “Coração de estudante”, música que marcou a morte do Tancredo, ou “Caminhando contra o vento” cujo título é “Alegria Alegria”, que marcaram a era dos festivais de música popular brasileira. Acabou a ditadura acabou a inspiração, tal qual acontece agora, quando se aproxima o fim da era da corrupção, dos malandros que se elegem com dinheiro roubado dos cofres públicos, e dos espertalhões que desviam dinheiro da merenda escolar, da saúde, da educação, através de contratos safados.
A gente fica feliz porque eles estão sendo presos, mas ao mesmo tempo, ficamos como os filhos de pais que morrem ou de pais que são presos e deixam os filhos sem proteção. O Pior é que estamos sentindo que não temos nada de bom pra colocar no lugar desses bandidos. Ressalvem-se os políticos honestos.
Perdemos as referências e eles, os desonestos, perderam a liberdade de roubarem sem ser notados, mas a nossa inspiração de escrever, assim como a de votar, estão em crise. O eleitor está sem rumo e o escritor sem inspiração.
Votar em quem, e escrever o que?
Isso mostra que todo o fim de era, gera um vazio que o brasileiro está experimentando atualmente. Estamos enjoados de política e a nossa motivação bem merecia que a palavra “política” fosse banida do dicionário e substituída por algum termo menos nojento.
O que esses bandidos fizeram conosco!

João Lúcio Teixeira

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