quarta-feira, 1 de junho de 2016

PREFEITURA NÃO TEM QUE TER LUCRO FINANCEIRO

Com a chegada de mais um ano eleitoral, o Brasil começa a ser iludido com as propagandas enganosas de governantes, que por alguma razão pessoal pretendem, mesmo fora do poder, seguir comandando as coisas públicas, e principalmente os negócios públicos altamente rentáveis aos grupos que circundam o erário.
Nesta semana a prefeitura de Caraguatatuba fez tornar pública uma mensagem da pior espécie para quem olha o poder como meio de desenvolvimento social.
Diz a mensagem que o prefeito Antônio Carlos da Silva do PSDB que governa a cidade há quase dezesseis anos, e mais quatro de um governante por ele indicado, portanto, governa direta ou indiretamente há 20 anos, é um exemplo a ser seguido pelos prefeitos brasileiros, é o que diz a mensagem, porque estaria ele encerrando o seu ciclo à frente da cidade com 150 milhões em caixa, enquanto que grande parte dos municípios brasileiros têm dívidas. Dizem os seus asseclas que isso é eficiência gerencial. Ai uma ilusória avaliação porque governo não é empresa, governo não é para dar lucro financeiro, governo é para realizar o bem comum. Se fosse um governo de vocações sociais, talvez não tivesse dinheiro em caixa, mas teria reduzido a pobreza de seus governados, teria gerado postos de trabalho, profissão, oportunidade de vida digna, moradia, não com dinheiro do governo federal ou estadual, mas do próprio município. Se fosse um governo que olhasse para o ser humano com olhos solidários, com amor e com respeito, não deixaria o povo sofrendo em um sistema de saúde desconfortável e insuficiente. Teria deixado à disposição do povo um atendimento médico e hospitalar mais eficiente.
Existe no Brasil essa ideia de que prefeito tem que ser empreendedor, palavra usada no meio empresarial, como se prefeitura tivesse que dar lucro e ter dinheiro em caixa.
O contribuinte de Caraguá paga mais caro o IPTU do que em outras cidades vizinhas, paga mais caro o Imposto de Transmissão de bens quando há uma venda de imóvel, paga caro para ter serviços de qualidade, e tem um enorme desemprego, uma enorme taxa de violência, um serviço de saúde lamentavelmente ruim, transporte coletivo de péssima qualidade e caro, e vem a público o governante dizer que tem 150 milhões em caixa e disso se vangloriar. Gostar de dinheiro pode ser importante na vida particular e mesmo assim com limites para não virar paranoia.
Em uma cidade de população tão pobre e desprotegida, melhor seria atender à necessidade dos adolescentes que precisam de profissão e trabalho, e esse dinheirão que está no caixa bem poderia ter gerado milhares de novos profissionais, e inúmeros postos de trabalho.
Quem sabe um dia desses as cidades do litoral norte possam ser administradas por pessoas com alma realmente humana que ao invés de guardar dinheiro contribua com o desenvolvimento humano de seus habitantes sedentos de oportunidade de vida digna.
O Tio Patinhas, certamente não gostaria deste nosso comentário, mas sem qualquer conotação pessoal, é necessário olhar-se a gestão pública com mais responsabilidade social. Caraguá se mostra uma cidade rica com povo pobre e quer ser exemplo para o mundo.
João Lúcio Teixeira

Jornalista- MTB- 83284

Um comentário:

Patricia disse...

sinceramente, prefiro um governo que deixe um superavit no caixa do que um que deixe um déficit de 200 bilhões como deixou o PT e ainda deixar uma educação lamentável, saúde precária e infraestrutura pior ainda.