segunda-feira, 11 de abril de 2016

RUA SEM SAÍDA PARA DEMOCRACIA BRASILEIRA

Esta é uma semana importante para a história do Brasil, momento de decisão no congresso nacional sobre os destinos da política brasileira. Há no poder um governo de tendência trabalhista ou esquerdista, e no país um movimento intenso contrário a permanência do atual sistema de poder.  Há quem diga que a crise econômica existe porque há uma crise politica que gera desentendimentos entre poder legislativo e poder executivo, e há quem diga que a crise política é que decorre da crise econômica, que nem a história do ovo e da galinha. O fato é que as duas crises caminham juntas e geram insatisfação popular, com as pessoas descrentes e sem esperanças.
A estatística é ciência exata, um braço da matemática, e mostra que a maioria do povo não gosta do governo atual, mas não tem nada melhor para colocar no lugar, já que as opções disponíveis não parecem merecer confiança.
O impasse que tem feito o povo oscilar entre ruim e pior, tem crescido junto com a sensação e insegurança. Uns querem derrubar o governo, mas uma parcela ainda maior da população não aceita a ocupação do cargo de presidente pelo atual vice e muito menos pelo presidente da câmara federal que tumultua mais do que administra.
Assim, pode se concluir que o atual sistema político brasileiro está em final de curso e que algo diferente tem que surgir para expurgar do poder os velhos de cabeças brancas, tão viciados no tal toma lá da cá.
A maturidade do povo está sendo desenvolvida com a nova mania de falar sobre política porque este é o tema da moda no Brasil, cuja população estava, há muito tempo, acostumada a achar o tema (política) desagradável e de certo modo indesejável. Os brasileiros voltaram a falar sobre política e assim vão evoluindo o consciente coletivo que aos poucos vai substituindo a noção individual, onde cada um quer resolver os seus problemas pessoais e familiares, sem se preocupar com os vizinhos e passa acreditar que o melhor caminho é a construção de um país melhor para todos, com serviços públicos de qualidade. Estamos indo rumo ao pensamento que justifica a vida em grupo, já que o ser humano é um ser essencialmente sociável que não nasceu para viver isoladamente.
Os partidos políticos e os políticos que estão hoje no poder são, em sua maioria, do tipo seletivo, uns querendo se perpetuar nos cargos e outros querendo privilegiar os seus partidos em detrimento dos demais partidos. É a briga pelo poder a qualquer custo que não é saudável, porque alimenta as divisões e coloca a nação em confronto. Se de um jeito de ver isso é saudável para evitar o predomínio de algum grupo, do outro jeito de ver é ruim porque os governos acabam não sendo para todos os governados, e gera em parte da população, o desejo de mudança pela simples mudança. Quem não recebe as vantagens que gostaria de receber é contra, como se fosse uma aposta em corrida de cavalos, onde cada apostador acha que o seu deve ganhar.
Esta é a idade da nossa democracia que sofre pela falta de solução do todo e fica nas disputas entre um grupo corrupto de um lado contra os grupos que gostariam de corromper e não conseguem se eleger.
O povo, em um estado democrático, é o fiel da balança que elege com seu voto direto o governante que melhor se apresenta segundo os seus interesses. Quando o PT- Partido dos Trabalhadores elegeu o Lula pela primeira vez, houve quem dissesse que o Brasil ia virar uma pobreza generalizada que nem Cuba ou Venezuela de hoje, e a resposta do governo popular acabou por agradar até os mais improváveis setores, já que ao invés de prejudicar o capital o Brasil fez crescer o seu mercado consumidor e fez crescer empresas e empresários. Saiu do governo com alto índice de aprovação em todos os níveis. A Dilma sucessora de Lula não conseguiu o mesmo desempenho, e o país está sofrendo uma crise que tem como origem um tanto de erro do governo, e um tanto da crise gerada pela entrada da China, Índia e Rússia no mercado mundial. Países importantes como alguns europeus e mesmo os Estados Unidos, também experimentaram dificuldades nos últimos tempos. Isso mostra que o Brasil também poderia sofrer dificuldades.

A correção de rumos tem sempre algum preço a ser pago e dependendo do resultado, qualquer preço pode ser alto ou baixo, se for para se atingir um patamar de satisfação social. Os partidos políticos estão em crise no Brasil, os políticos como indivíduos também estão em crise e o descrédito aumenta a cada discurso que se ouve. O serviço de comunicação social como rádio e televisão, estão devendo seriedade e imparcialidade nas comunicações, mas a sorte é que a internet tem suprido parte dessa tendenciosidade e permitido ao povo o debate sobre o seu futuro político. Esta semana é decisiva e vai definir se os partidos de esquerda vão continuar governando o Brasil ou se haverá mudanças. O congresso vai discutir o impeachment da presidente Dilma, e a nação que tem o poder do voto, vai avançar rumo ao conhecimento sobre política e assim aprimorar a qualidade do seu sagrado direito ao voto secreto e direto.
João Lúcio Teixeira - MTB- 83.284

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