sábado, 14 de novembro de 2015

OLHA O VOVÔ AI GEEEEEENTE !

A idade sempre avança enquanto não se morre, e os efeitos dessa realidade contaminam o meio e provocam reflexos que retornam ao idoso de forma a exigir dele adaptações em relação às transformações do homem e do mundo. As relações do idoso com o mundo se tornam diferentes do que sempre foram, e nessa fase, algumas dificuldades costumam aparecer. Os idosos precisam saber que seus filhos cresceram e já não são mais somente filhos, mas pais com responsabilidades e têm o direito de serem felizes com as suas escolhas, sem o patrulhamento ou as tutelas que se faziam importantes noutras épocas.

Precisam aceitar que as famílias de seus filhos são os novos núcleos que vão tocar em frente a continuidade da existência humana, já que todas as pessoas passarão para outro plano, se é que há outro plano, e deixarão o mundo nas mãos dos seus dependentes, que serão os condutores do futuro, até se tornarem velhos e caírem em desuso, numa maravilhosa sequência de sucessões que vem ocorrendo desde que o homem se fez.
Os genros, as noras, os netos, os novos parentes que formam as novas famílias, são a realidade do grande espetáculo da existência humana e o convívio social dessas instituições familiares vai gerar a paz no mundo e a harmonia social que parte de dentro da família rumo a toda a humanidade. Ou seja, o bem começa dentro das nossas famílias e se espalha por toda a humanidade.
Nos últimos tempos, um fator importantíssimo se pôs no meio dos homens, e trouxe maior necessidade de que os velhos sejam mais ágeis, na absorção das mudanças, e muito mais flexíveis para assimilarem os efeitos sociais que se impõem de forma imperativa. A tecnologia veio acelerar os acontecimentos, facilitar o acesso ao conhecimento que deixou de ser exclusividade das memórias dos idosos, quando eles eram curandeiros, benzedores, parteiras, conselheiros, uma espécie de experiência respeitada e exigida nas horas de dificuldade. Essa fonte de saber foi substituída pelo “Professor Google”, da internet que resolve de tudo um pouco e reduz a utilidade dos velhos, que agora precisam encontrar novas formas de serem úteis sem colidirem com essas novas verdades. Os velhos podem ser os motoristas de seus netos, podem participar das pesquisas escolares e aprenderem juntos, podem ser cuidadores de animais domésticos, de jardins, piscinas, podem usar estimulantes e continuarem vivendo o amor, podem ser felizes com novas escolhas, e podem, depois do advento da tecnologia na medicina, serem felizes com as suas antigas ou novas escolhas no mundo do afeto. O velho pode namorar, se tem saúde pode viajar, se tem bom humor pode festejar, tudo isso sem perder a alegria de viver.
Se tudo isso não for possível, ainda restará a possibilidade de homem ou mulher idoso ser útil em casa, ou em alguma entidade coletiva em que se tenha que ingressar.
O velho não tem que ser um problema, e pode ser até alguma solução.
Resta ao poder público abrir os olhos para as políticas que tenham por finalidade a felicidade dos velhos, que, em número cada vez maior, necessitam de políticas específicas na saúde, cultura, lazer e acima de tudo, na estrutura de convivência social específica do idoso.

Longevidade agora é realidade e deve ser levada a sério, e seria muito bom que as placas de estacionamento das vagas do idoso não tivessem aquela bengala ridícula e uma coluna torta, mas um símbolo otimista. 

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