quinta-feira, 12 de novembro de 2015

O PAI DA CRIANÇA É O AVÔ

O pessoal do sindicato estava na porta do banco pra que ninguém entrasse na agência, e de repente apareceu um bancário aposentado e fez um discurso interessante:
- É isso mesmo, a gente tem que ficar firme pra ver se esses patrões se tocam.
- É irmão a luta continua. (respondeu o plantonista)
- A minha aposentadoria, por exemplo, defasou nesses seis anos e eu ganhava cerca de cinco salários mínimos por mês e agora já é um pouco mais de quatro. Isso não é justo.
- O aposentado fica mais complicado porque não tem a arma da greve.(disse o outro).
- A escola do meu neto está atrasada, e a prestação do celular da minha filha também.

Ai, eu me afastei e não ouvi o resto da conversa.
Agora vejo que o governo aumentou de 30 para 35% o limite de endividamento do aposentado nos tais empréstimos consignados e aumentou também os juros desses empréstimos. Porque aumentar os juros se o risco de não receber é zero, já que o desconto é feito na folha de pagamento?
A verdade é que o aposentado acaba se endividando em muitos casos por conta de bancar contas de filhos que envelhecem e nunca se resolvem na vida. Seria justo endividar os velhos com pagamento de contas dos jovens? 
A aposentadoria tem a finalidade de manter os idosos quando já não podem trabalhar, e não para manter filhos e netos que mesmo adultos vivem achacando os aposentados. Chegam a sair por ai com cartão e senha no bolso e deitam e rolam na grana dos velhos.
Que a aposentadoria defasa é claro e não se pode negar, mas fica mais grave a situação quando o velho tem que pagar contas dos outros.
É uma bom assunto para ser refletido.
No caso do neto daquele idoso que reclamou na porta do banco, cadê o pai do seu neto, que certamente não nasceu do divino espirito santo?
Na hora do bem bom, a coisa rola com prazer e na hora de pagar a conta, é o INSS que tem que assumir?

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