terça-feira, 9 de junho de 2015

PARADA GAY VIRA PROBLEMA SOCIAL

O Brasil tem assistido a luta dos homossexuais em busca de um melhor reconhecimento social da sua situação homo afetiva. São pessoas que desejam ver respeitadas as suas opções ou orientações orgânicas que os desviam do trajeto tido por normal e os levam a um mundo que tem sido muito pouco compreendido pela sociedade que foi forjada na tradição das famílias formadas por home e mulher. Os homossexuais querem ver reconhecido na legislação brasileira o seu desejo de que o termo família possa agasalhar também as relações entre pessoas do mesmo sexo. No meu livro “Há vida após a separação” existe um capitulo extenso sobre essas dificuldades que têm a sua raiz nas tradições religiosas, que acabaram por orientar todas as legislações sobre família no mundo ocidental. Família é na constituição, a entidade formada por um homem e uma mulher e depois os filhos, e é daí que decorre todo o direto à herança, a responsabilidade social de proteção aos filhos e aos idosos, enfim todas as obrigações e direitos decorrentes do parentesco, que é assim considerado somente os descendentes, ascendentes, irmãos, primos, e os parentes afins como a mulher e o marido.
A luta dos homossexuais é muito difícil por se tratar de tema que mexe fundo nas convicções religiosas, principalmente dos parlamentares que são os responsáveis por mudanças nas leis, e isso tem causado muitos debates sem resultado prático.
A sociedade como um todo tem mudado de opinião e o tabu vem sendo removido gradativamente, mas ainda está muito distante o momento em que as relações homo afetivas possam ser consideradas normais pela opinião pública.
No último domingo, na parada gay que ocorre em todos os nãos na Av. Paulista em São Paulo Capital, um rapaz que é transexual, ou seja que se apresenta vestido de mulher, apareceu em um carro do tipo “trio elétrico”, nú, ou quase nú pregado numa cruz parafraseando a imagem de Jesus e isso causou um frisson nas hostes religiosas e pode ter reduzido a simpatia do povo cristão pelo movimento gay. Padres e pastores das igrejas cristãs estão em clima de revolta contra a sátira que foi considerada de mau gosto.
Na televisão o rapaz que representou Jesus na cruz, ao ser entrevistado pela Luciana Gimenez chorou publicamente ao reclamar das ameaças que vem recebendo por telefone e pela rede social, e disse que o seu desejo era rebater naquele momento, o ódio que alguns setores religiosos nutrem pela causa gay e não queria ele se fazer de Jesus mas apenas explorar a crucificação a que os gays são submetidos no dia a dia das ruas.
O fato é que além da cruz com um gay nú ou seminu, havia em volta do carro alguns homens barbudos se beijando na boca, como se fossem os apóstolos.
Pode ser que a parada gay deste ano tenha resultado em perda de pontos  na luta pela igualdade.
A frase que mais se destaca no depoimento do rapaz da cruz é ter ele dito que os deputados não votam nunca uma lei que os proteja das violências das ruas, como a que pune com mais rigor os crimes praticados contra gays, como se os gays fossem pessoas diferentes das outras pessoas. Querem pena maior para quem mata gay e isso não tem cabimento porque a lei foi concebida para punir que mata qualquer pessoa seja ela gay ou não.
Nesse ponto vão insistir numa ideia impossível de se tornar lei no Brasil.

A parada gay, pode ter virado um grande problema para os GLBTS que vêm lutando pelo respeito à sua causa. Se os cristãos se sentirem desrespeitados, e eles são cerca de 90% da população brasileira, poderão deflagrar uma onda de antipatia pelo movimento gay até então considerado simpático. Quem quer espeito deve primeiro respeitar.

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