Até que se produzam provas do contrário, pode afirmar-se que a
república chamada Brasil está de ponta cabeça, no campo da política federal. O
PMDB partido de maior porte está com enorme conflito interno a mostrar que há
muito mais cacique do que índios e todos querem ser a estrela da tribo. O
deputado Eduardo Cunha, até semanas atrás um ilustre desconhecido, está
peitando todo mundo com seu arrobo de poder que pensa ter, e agora a sua vítima
é o Renan Calheiros, a velha raposa que sucedeu Sarney está sendo enfrentado
pelo calouro Cunha que exige do senado a apreciação imediata da lei das
terceirizações sob pena de travar tudo o que vier do senado e tiver que ser
apreciado pela câmara federal. A matéria em questão pretende autorizar a
terceirização de serviços de qualquer empresa, vai favorecer os patrões e
prejudicar os trabalhadores. Autoriza empresas a terceirizar quaisquer
serviços, o que hoje não é permitido. As empresas, como por exemplo as que
fabricam automóveis, só podem terceirizar os serviços de segurança e de
limpeza. Assim, contratam empresas especializadas nesses serviços para cuidarem
da segurança e limpeza de seus estabelecimentos, enquanto as atividades de
produzir veículos ficam exclusivamente a cargo de seus empregados.
Os deputados federais são em grande parte,
empresários e essa permissão vai ajudá-los a fugir das convenções e acordos
coletivos que estabelecem pisos salariais às vezes altos, e ao repassarem parte
dos seus serviços para empresas outras, os salários e condições de trabalho
podem permitir condições mais desfavoráveis aos trabalhadores.
Renan disse que não iria apressar a
apreciação dessa matéria por entender que ela é complicada em merece
cautela, mas o Cunha disse à imprensa que exige rapidez na votação do senado
sobre a matéria, se não vai "travar" todas a propostas que vierem do senado para a
câmara. Os dois são do PMDB e geram crise de grandes proporções no seio do
partidão.
O PSDB também está em crise por conta da
divisão interna do grupo do Fernando Henrique e Serra de um lado e o grupo do
Aécio do doutro, não se sabendo ao exato de que lado fica o grupo do Geraldo
que já derrotou o Serra com a ajuda do Aécio na escolha de candidato a
presidente em eleições anteriores, mas agora parece estar meio distante do
grupo do Aécio. O grupo FHC não quer saber de impeachment, mas o grupo do Aécio
está doidinho para derrubar a Dilma. São evidentes os sinais de briga interna o
que enfraquece ainda mais um partido que já é fraco e se aproxima do nanismo,
mesmo caminho já percorrido pelo DEM.
Do lado do PT, outra grande legenda
nacional também o bicho está pegando com o Lula distante da presidente Dilma, Marta Suplicy pulando fora do partido, e
agora o Haddad prefeito de São Paulo ingressando na justiça contra o governo federal
para que seja revista a dívida do município para com a União, sendo que os dois
são do mesmo partido.
Quem observar bem atentamente vai notar
que tudo está acontecendo depois que a polícia federal virou uma polícia de
verdade e passou a investigar a todos os políticos e todos os partidos com
"olhos de lince" e "garras de leão". Todo o mundo político
está em pânico com medo de qualquer barulho, e em alguns casos em estado de
choque diante da possibilidade de serem alcançados, por conta das atrocidades que vinham praticando
no exercício do poder. Prefeitos gastando milhões para se elegerem e depois roubando descaradamente para repor o caixa de seu financiadores de campanha e vereadores fazendo o mesmo. Estes sinais mostram que alguma coisa está acontecendo
na república das bananas, que já foi república do ouro, em épocas em que os
ladrões eram os estrangeiros. Os nossos gestores que sempre gozaram do
privilégio da impunidade, agora sentem o desconforto de serem investigados e
presos.
Não era mesmo justo a obra pública custar tão mais caro do que as particulares, ou que uma compra pública
pudesse ser feita por preços maiores do que as compras privadas, mas era assim.
Pena que as polícias estaduais não tenham
o mesmo comportamento da federal, e não investigam com "olhos de
lince" e "garras de leão" os prefeitos, vereadores e empresários
que se relacionam com as prefeituras e câmaras municipais. Se isso acontecer,
certamente o povo brasileiro vai ver que se somadas todas as safadezas
municipais, o montante poderá ser muito maior do que o rombo da Petrobrás, mas
as policias estaduais são muito enfraquecidas na sua própria organização e quem organiza os quadros desse importante instituto são os políticos que ao serem
incomodados por algum delegado, conseguem colocá-lo na "geladeira" ou
transferi-lo para bem longe. O ideal seria que delegado estadual fosse
inamovível e fosse bem remunerado como os promotores e juízes, e ocupassem
cargos de comando segundo um plano de carreira bem delineado, para impedir a
subserviência que prejudica a finalidade da instituição. Qualquer
"prefeitinho meia boca", se tiver prestigio ou apoio de seu partido
manda e desmanda na vida dos policiais civis que seriam os responsáveis pela
investigação de seus desmandos.
Outro ponto absolutamente negativo são os
vereadores que deveriam fiscalizar o prefeito e seus auxiliares, sem ódio e sem politicagem barata, mas que
preferem ficar do lado deles em troca de empregos e favores para seus cabos
eleitorais e parentes. Em Brasília a coisa já mudou e a câmara de deputados federias está
fazendo o seu papel quase corretamente não fosse o posicionamento mais
partidário do que institucional, e o senado também vem discutindo cada matéria
de forma a mostrar que o executivo não é um poder tão soberano que não possa
ser questionado.
A Dilma está pagando caro por ter
respeitado a liberdade e independência da polícia federal, mas não é só no âmbito
federal que há safadeza, e a nação brasileira merece que governadores prefeitos
e vereadores safados também sejam algemados para o bem de todos e felicidade geral da nação.
O fato é que lá em Brasília a república
está de ponta cabeça. Será que vai chagar aqui essa onda de purificação?
Diria o novo Odorico Paraguaçu versão
2000: No meu governo lá em $ucupira nós vamos ter poucos secretários, não vamos
empregar parentes de políticos, vamos moralizar o quadro de servidores públicos
de forma a remunerar segundo a produtividade, a educação vai ser
orientada pelos professores, que em colegiado decidirão a política a ser
implementada, os diretores de escola serão escolhidos pelos professores e as
coletividades que utilizam as escolas, a progressão continuada e a
inclusão social serão objeto de profunda reflexão para que sejam valorizados o
aprendizado e o ensinamento, as filas da saúde serão estudadas cientificamente
para impedir os tais QIs (quem indica), as associações de bairros terão
eleições diretas e livres de quaisquer interferências e seus dirigentes terão
acesso direto ao gabinete do prefeito, vamos implantar o orçamento participativo para que o
povo indique onde gastar o dinheiro público, e assim evitaremos ingerências de
interesses de grupos e de pessoas sobre o interesse público. O Ministério
Público, assim como o tribunal de contas serão consultados sempre que
necessário para que se evite esse monte processos que os prefeitos respondem
por infrações às regras da gestão pública. Meu governo, diria o Odorico, não
vai pagar a imprensa para elogiá-lo e nem vai impedir as críticas, porque
respeita a liberdade de imprensa, mas da imprensa séria é lógico. Os médicos
terão suas carreiras revistas para que sejam melhor remunerados, tenham
melhores condições de trabalho e façam da profissão um verdadeiro ato de
solidariedade e de amor ao próximo. Médico e paramédicos são mais importantes
do que esse monte de cargos confiança que anda pelas ruas fazendo politicagem.
Vamos fazer da saúde um mundo de amor ao próximo de forma que profissionais e
pacientes sintam-se faces da mesma moeda.
$ucupira não vai ficar de ponta cabeça porque tudo será feito com
respeito e seriedade. Quem viver verá.
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