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publicou uma crítica ao ato do prefeito Antônio Carlos da Silva, por retirar da
praça do coreto no centro da cidade, o carnaval de antigamente que ali vinha
sendo realizado há décadas e que era a única festa carnavalesca com alguma
tradição na cidade.
A crítica em relação ao carnaval
de Caraguá não pode ser restrita apenas a esse erro gravíssimo, mas pode ser
extensiva aos bailes populares que existiam nos bairros da cidade que contavam com bandas em
épocas de carnaval e atualmente não mais desfrutam dessa forma de diversão.
Desde que o atual prefeito tomou posse em 2009, tudo isso foi acabando e o
mesmo efeito se vê na festa do Camarão que se realizava anualmente na região do
camaroeiro, que foi transferida para a praça de eventos e perdeu o charme e a
importância. Essa festa vem sendo enfraquecida ano após ano. A festa da Tainha,
e do Mexilhão, seguem o mesmo caminho. A impressão que se tem é que o prefeito
da cidade não gosta de povo pobre e de eventos populares, porque está dando
valor somente para a festa do “Caraguá a gosto” que se realiza no mês do mesmo
nome e versa sobre alimentação promovendo disputa entre restaurantes da cidade
que oferecem seus pratos à apreciação dos julgadores. Festa de rico, é claro,
como era aquele movimento ridículo que denominavam de “Megacicle”, que trazia
motociclistas de fora para fazerem a maior farra na cidade, maconha, cachaça,
mulher pelada sobre os triciclos, um monte de gente porca mijando na rua e
depois que iam embora a cidade ficava destruída e precisava refazer toda a
sinalização de solo do trânsito.
Agora o senhor prefeito investe
contra o carnaval popular e manda mudar o único baile popular gratuito do
centro da cidade para a praça de evento lá no fim do mundo, e depois reviram a
insanidade e trouxeram para a praça de eventos na praia do centro, local também
inadequado e todo mundo sabe porquê. Há tráfico de drogas e consumo exacerbado
no local, bebidas sem controle, jovens se agredindo, e houve até mortes em
confronto entre polícia de bandidos no final do ano passado, naquele local.
Neste carnaval houve problemas
com a polícia em relação ao um grupo de participantes do Bloco da Piranhas,
outra atividade que não tem nada de organização em que um monte de “homens” se
vestem de mulher, enchem a cara e saem pelas ruas fazendo bagunça ao invés de
brincarem com graça e respeito. Houve conflito na saída do bloco e a polícia
precisou ser firme para conter as loucuras de um carnaval que vai indo de mal a
pior em Caraguá. Até o Padre da Igreja do centro da cidade fez duras críticas
na missa, ao prefeito por mexer no carnaval de antigamente que na praça do
coreto perto da igreja, nunca teve ocorrência polícial nestes anos todos e
acolheu inúmeras famílias que vêm de outras cidades para o carnaval organizado e tranquilo da praça Dr. Cândido Mota.
Ainda bem que a FUNDACC –
Fundação Cultural responsável pelo baile infantil manteve a matinê na praça
central e ontem o que se viu foi um monte de crianças fantasiadas acompanhadas
de pais e parentes, numa beleza de confraternização.
À noite, do domingo de carnaval,
aconteceu o baile dos adultos no mesmo local, mas financiado pelos comerciantes
da praça que resolveram afrontar o poder público e fizeram o baile bancando as
despesas com banda. A prefeitura fez o possível para atrapalhar, retirando dali
as coberturas que protegem da chuva, retirou a iluminação que sempre esteve ali
nos eventos, e deixou a praça às escuras, sem cobertura, sem banheiros
públicos, e ainda assim o baile foi um sucesso, com muita gente lotando a praça
e, de novo, nenhuma ocorrência policial.
O que se vê de tudo isso, é que o
comércio de cidade turística não devia depender de prefeito algum para essas
eventualidades, e bem que a associação comercial e outras instituições ligadas
ao mundo do comércio poderiam realizar as festas populares sem prefeito e nem
vereador ou similares que só têm servido para atrapalhar no caso de
Caraguatatuba. Nem os enfeites de natal foram instalados no último fim de ano.
Abandonaram a cidade ao Deus dará.
A banda que tocou na praça do
coreto, não era a oficial que tocava todos os anos e a diferença foi grande de
uma para outra, cada qual no seu estilo, mas a variação de repertório e de
estilo agradou perfeitamente.
A banda oficial do Zé Pepê tocou
no baile infantil e a banda alternativa, de nome Carnavalha tocou à noite o que
mostrou que a variação também faz bem e houve mais interação entre os foliões e
a banda que animou bastante, especialmente com o repertório de Axé e alguns "rocks" nacionais em ritmo de marchinha ou reage.
Ficou evidente que a sociedade
pode organizar-se mesmo contra os governantes que estão lá para
administrar a nossa vontade e não a vontade deles. O poder não pode ser
exercido com ódio, mas com amor, carinho, respeito e acima de tudo com
humildade. Afinal o poder é efêmero e logo os atuais detentores estarão fora
dele e a vida vai continuar talvez melhor sem eles.
Parabéns à FUNDACC por não ter
retirado o baile infantil da praça central e aos comerciantes por terem
descoberto o caminho das pedras sem a nefasta e desagradável intervenção do
poder público.
Seria oportuno que a FUNDACC
mandasse retirar a cerca que isola a praça, coisa que nunca houve antes, e
mandasse iluminar corretamente o local como sempre foi, e ainda que colocasse
ali as coberturas de volta. Ainda há tempo e reconhecer os erros é virtude.
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