Comprar água para beber é uma
aventura e as vendas são autorizadas pelo número da Identidade de cada cidadão.
Comprar fralda de criança é outra loucura, já que a mãe precisa enfrentar uma
enorme fila e só conseguirá comprá-las se mostrar a certidão de nascimento da
criança. Alimentos nos mercados é outra façanha já que tudo está racionado. O
fato é que o Hugo Chaves, por sorte dos Venezuelanos já falecido, deixou ao
Maduro, atual presidente uma herança maldita de um povo que nada produz e
consome quase tudo importado, um povo que não aprendeu a produzir nem os bens
de consumo básicos como papel higiênico, pasta de dente, sabonete, fraudas, e
outros que são fundamentais mas que o país não produz.
Uma brasileira que se casou com
um venezuelano e mora por lá há cerca de dez anos, disse que o povo da
Venezuela ganha um salário médio de 5.400 bolívares, que é a moeda oficial de
lá, o que equivale a um salário mínimo brasileiro. Essa é a
remuneração da grande maioria dos trabalhadores. A brasileira diz que esse
valor é o que ela gasta mensalmente só no mercado para alimentar a sua família de
quatro pessoas. Os demais trabalhadores têm que satisfazer todas as suas necessidades
com o que ela gasta só com alimento.
A dificuldade de se conseguir comprar
fraldas por exemplo, é tão grande que alguns malandros ficam nas filas durante
a noite e no outro dia compram as fraldas por 50 bolívares e as revendem por
até 1000 bolívares no mercado negro, que denominam de “Baixa Feira”.
A Venezuela vive um momento
difícil depois de ter sido enganada por tanto tempo por um tipo de governo que
estava mais preocupado com os ideais bolivarianos do que com o futuro de seu
próprio povo.
Chaves plantou na cabeça do povo
que o grande inimigo da Venezuela é o imperialismo norte americano, mas
esqueceu-se de ensinar o seu povo a trabalhar e produzir para o seu consumo, ao
invés de depender somente do petróleo que jorra abundantemente na região, mas
que atualmente com os preços em baixa no mercado mundial, não é mais uma forma
de autossuficiência daquele povo.
Morreu e há quem diga que já foi
tarde, mas deixou uma herança maldita para o atual presidente que está usando a
força para não cair. Prendeu 98 adversários políticos que chama de
conspiradores contra o governo, inclusive o prefeito de Caracas que era um dos
mais fortes competidores do poder.
A população vem se revoltando e
está sendo reprimida da maneira mais bruta que é a repressão das forças
armadas.
A Venezuela está perto de ser
transformada em uma grande guerra civil entre os seus cidadãos.
Se eles dizem que não há
ditadura, porque prender os opositores e controlar a imprensa?
Esses governos bolivarianos estão
seguindo o mesmo caminho dos governos religiosos que vêm se impondo à força e
matando pessoas em nome de um ideal absurdo e estúpido.
O Brasil precisa ficar longe
desses pensamentos que chamam de esquerda mas que na verdade são de uma direita
sem alma.
O governo brasileiro não se
manifestou claramente contra as maldades da ditadura venezuelana. Precisa fazer
isso urgentemente e exigir do Maduro que solte os cidadãos que mandou prender
sem culpa formada só para impor-se no poder.
A constituição do Mercosul prevê
que todos os países do bloco têm que lutar pela independência dos povos, pela
legalidade do poder, e principalmente contra atos ditatoriais. Foi assim em
relação ao Paraguai quando o parlamento depôs o presidente, o que rendeu o
afastamento daquele país do bloco, e tem que ser assim agora em relação à
Venezuela que faz pior do que o Paraguai, que depôs pela democracia já que seus
deputados que votaram pelo afastamento foram legitimamente eleitos pelo voto
popular. A Venezuela está muito mais radical porque os atos de violência contra
cidadãos são autorizados e exigidos pelo partido do governo que não quer deixar
o poder de forma alguma e faz barbaridades para continuar no comando da nação.
Está provado que ideal não enche
pratos, nem bolsos, e nem gera subsistência. O ideal é bonito se tiver limites
e controles. Governo absoluto que não permite ser fiscalizado é um risco
desmedido que deve ser evitado.
Ditadura não presta, nem de
direita e muito menos de esquerda, e quem tem que decidir o que lhe convêm é o
povo e não o Maduro ou Evo, ou quem quer que seja. Se o presidente pode usar a
rede nacional para se manifestar através da imprensa, os seus opositores devem
ter o mesmo direito de falar contra. Pelo menos, no Brasil a gente pode ouvir
os dois lados, ainda bem.
Parece que o Maduro já está tão
maduro que pode cair do galho a qualquer momento e levar para o túmulo mais um
governo déspota e sem futuro.
João Lúcio Teixeira
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