quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

A VENEZUELA SE COMPLICOU COM A HERANÇA DO HUGO CHAVES

Comprar água para beber é uma aventura e as vendas são autorizadas pelo número da Identidade de cada cidadão. Comprar fralda de criança é outra loucura, já que a mãe precisa enfrentar uma enorme fila e só conseguirá comprá-las se mostrar a certidão de nascimento da criança. Alimentos nos mercados é outra façanha já que tudo está racionado. O fato é que o Hugo Chaves, por sorte dos Venezuelanos já falecido, deixou ao Maduro, atual presidente uma herança maldita de um povo que nada produz e consome quase tudo importado, um povo que não aprendeu a produzir nem os bens de consumo básicos como papel higiênico, pasta de dente, sabonete, fraudas, e outros que são fundamentais mas que o país não produz.
Uma brasileira que se casou com um venezuelano e mora por lá há cerca de dez anos, disse que o povo da Venezuela ganha um salário médio de 5.400 bolívares, que é a moeda oficial de lá, o que equivale a um salário mínimo brasileiro. Essa é a remuneração da grande maioria dos trabalhadores. A brasileira diz que esse valor é o que ela gasta mensalmente só no mercado para alimentar a sua família de quatro pessoas. Os demais trabalhadores têm que satisfazer todas as suas necessidades com o que ela gasta só com alimento.
A dificuldade de se conseguir comprar fraldas por exemplo, é tão grande que alguns malandros ficam nas filas durante a noite e no outro dia compram as fraldas por 50 bolívares e as revendem por até 1000 bolívares no mercado negro, que denominam de “Baixa Feira”.
A Venezuela vive um momento difícil depois de ter sido enganada por tanto tempo por um tipo de governo que estava mais preocupado com os ideais bolivarianos do que com o futuro de seu próprio povo.
Chaves plantou na cabeça do povo que o grande inimigo da Venezuela é o imperialismo norte americano, mas esqueceu-se de ensinar o seu povo a trabalhar e produzir para o seu consumo, ao invés de depender somente do petróleo que jorra abundantemente na região, mas que atualmente com os preços em baixa no mercado mundial, não é mais uma forma de autossuficiência daquele povo.
Morreu e há quem diga que já foi tarde, mas deixou uma herança maldita para o atual presidente que está usando a força para não cair. Prendeu 98 adversários políticos que chama de conspiradores contra o governo, inclusive o prefeito de Caracas que era um dos mais fortes competidores do poder.
A população vem se revoltando e está sendo reprimida da maneira mais bruta que é a repressão das forças armadas.
A Venezuela está perto de ser transformada em uma grande guerra civil entre os seus cidadãos.
Se eles dizem que não há ditadura, porque prender os opositores e controlar a imprensa?
Esses governos bolivarianos estão seguindo o mesmo caminho dos governos religiosos que vêm se impondo à força e matando pessoas em nome de um ideal absurdo e estúpido.
O Brasil precisa ficar longe desses pensamentos que chamam de esquerda mas que na verdade são de uma direita sem alma.
O governo brasileiro não se manifestou claramente contra as maldades da ditadura venezuelana. Precisa fazer isso urgentemente e exigir do Maduro que solte os cidadãos que mandou prender sem culpa formada só para impor-se no poder.
A constituição do Mercosul prevê que todos os países do bloco têm que lutar pela independência dos povos, pela legalidade do poder, e principalmente contra atos ditatoriais. Foi assim em relação ao Paraguai quando o parlamento depôs o presidente, o que rendeu o afastamento daquele país do bloco, e tem que ser assim agora em relação à Venezuela que faz pior do que o Paraguai, que depôs pela democracia já que seus deputados que votaram pelo afastamento foram legitimamente eleitos pelo voto popular. A Venezuela está muito mais radical porque os atos de violência contra cidadãos são autorizados e exigidos pelo partido do governo que não quer deixar o poder de forma alguma e faz barbaridades para continuar no comando da nação.
Está provado que ideal não enche pratos, nem bolsos, e nem gera subsistência. O ideal é bonito se tiver limites e controles. Governo absoluto que não permite ser fiscalizado é um risco desmedido que deve ser evitado.
Ditadura não presta, nem de direita e muito menos de esquerda, e quem tem que decidir o que lhe convêm é o povo e não o Maduro ou Evo, ou quem quer que seja. Se o presidente pode usar a rede nacional para se manifestar através da imprensa, os seus opositores devem ter o mesmo direito de falar contra. Pelo menos, no Brasil a gente pode ouvir os dois lados, ainda bem.
Parece que o Maduro já está tão maduro que pode cair do galho a qualquer momento e levar para o túmulo mais um governo déspota e sem futuro.

João Lúcio Teixeira

Nenhum comentário: