Pelos corredores do governo
federal, há uma encruzilhada de difícil superação, no que diz respeito ao caso
Petrobrás. Sem puxar as brasas para a sardinha de ninguém há quem diga que se
punirem todas as construtoras envolvidas no escândalo da corrupção e super-faturamento,
as obras vão ser paralisadas e o risco de prejuízos seria maior.
A safadeza é tão profunda que sem
ela, não há negócios e sem negócios não há obra e sem obra, para tudo.
Ai eu pensei, pensei e vi o fundo
desse imbróglio. Antigamente o DER- Departamento Estadual de Estradas de Rodagem,
bem como o DNER- Departamento Nacional de Estradas de Rodagem, eram órgãos públicos
com engenheiros concursados, trabalhadores efetivos e o próprio governo construía
as suas obras, sem a intervenção de tantas empresas terceirizadas, que só
entravam onde o governo não tinha condições de realizar. De uns tempos até
hoje, a coisa mudou radicalmente e as secretarias de obras tanto, federal, como
estadual e municipal, têm apenas um ministro ou secretário e uns quatro gatos
pingados que controlam o nada.
Numa festa recentemente vi alguém
defendendo a ideia de que sem terceirizar, a coisa não anda, numa clara alusão
à afirmação de que servidor público não funciona. Partindo-se dessa premissa,
com a qual não concordamos, vamos chegar à pergunta que não se responde. Por
que tantos concursos públicos se servidor não “serve”?
Não se deve radicalizar nem ao
céu nem à terra, mas não seria o caso de se pensar em manter quadros de
trabalhadores públicos e reduzir terceirizações? Claro que a resposta pode ser
sim ou não, mas não é proibido imaginar que com trabalhadores públicos seriam
pagos os salários dos trabalhadores e nada mais, enquanto atualmente os
trabalhadores recebem e muita gente que não trabalha na obra recebe também.
Será que construir com
trabalhadores públicos fica mais caro do que essa farra do boi que se observa
hoje? Sei não!...
Ah! Sei sim. É que os trabalhadores
públicos não iriam financiar campanhas eleitorais de uns e outros por ai.
Entendeu?
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